Essa noite sonhei que voltava à casa que morei na infância.
Ao entrar lá, tinha outra vez a minha bicleta rosa e branca, com os bancos furados de caneta.
corria no pátio com meus patins alaranjados...
minha mãe era tão jovem.
lembro de correr pelo corredor e abraçar suas pernas muito forte.
minha cabeça mal passava do seu quadril.
E eu a sorrir a minha infância pra ela.
lembrei as minhas primeiras flores.
meus primeiros namorados.
minhas primeiras brigas com o mundo.
meu pai saindo de casa.
minha mãe saindo de casa.
eu saindo de casa.
eu saindo de mim.
por fim, lembrei que no dia da mudança não quis voltar a casa, porque não ia conseguir olhar pra ela vazia. Eu já sentia tudo suficientemente vazio.
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Habitas no meu infinito.
Sinto que te estendes além de tuas demarcações.
então te aperto o peito, te sufoco.
Roubo teu ar.
Para que corras de mim, mas não corres.
Então eu fico aqui brincando de te sufocar.
Te vejo sem ar, te espero morrer, quando estás quase, tiro o travesseiro.
Voltas a viver, mas sinto que já morreste um pouquinho.
Te ver morrer me faz bem, ainda mais assim, bem de pouquinho.
Bem de sem lume.
Sinto que te estendes além de tuas demarcações.
então te aperto o peito, te sufoco.
Roubo teu ar.
Para que corras de mim, mas não corres.
Então eu fico aqui brincando de te sufocar.
Te vejo sem ar, te espero morrer, quando estás quase, tiro o travesseiro.
Voltas a viver, mas sinto que já morreste um pouquinho.
Te ver morrer me faz bem, ainda mais assim, bem de pouquinho.
Bem de sem lume.
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
M.K
Sonhei com uma menina .
Seu cabelo cacheia em flores.
Há quem diga que quanto mais florida, mais dolorida.
Mas perto dela, as dores sempre são pequenas. (não que deixem de existir)
O mundo sempre é maior (e eu um grãozinho)
Eu pequenininha e ela passarinha a me carregar em seu bico para me germinar em algum lugar.
E a vontade é que ela seja uma árvore de copas que cheguem ao céu.
E que eu seja uma flor a crescer entrelaçada em suas raízes.
Na verdade acabo de lembrar! sonho com essa moça tem uns tempos.
Mas é que às vezes suas flores crescem ao redor de seu rosto em tons escuros, outras vezes mais claras. Agora crescem com pontas amareladas e talvez ela vire uma margarida (?)
Nos sonhos ela sempre reclama de quão secas estão suas pétalas e do quão volumosas são.
E pra mim sempre estão lindas, na verdade quanto mais volumosas melhor.
Não sei onde minhas verdades terminam e as dela começam.
Muitas vezes ela também é pequenininha, então somos duas crianças a nos dar as mãos e brincar de amarelinha.
Outrora também somos grandes a sair pintadas de urucum.
Não tenho medo dela, mas tenho medo com ela.
Os sonhos sempre terminam em uma câmera panorâmica, então estamos nós crianças que já caminham juntas há mil anos. E o caminho nunca parece ter fim.
Te amo, com o amor de uma eternidade..
Seu cabelo cacheia em flores.
Há quem diga que quanto mais florida, mais dolorida.
Mas perto dela, as dores sempre são pequenas. (não que deixem de existir)
O mundo sempre é maior (e eu um grãozinho)
Eu pequenininha e ela passarinha a me carregar em seu bico para me germinar em algum lugar.
E a vontade é que ela seja uma árvore de copas que cheguem ao céu.
E que eu seja uma flor a crescer entrelaçada em suas raízes.
Na verdade acabo de lembrar! sonho com essa moça tem uns tempos.
Mas é que às vezes suas flores crescem ao redor de seu rosto em tons escuros, outras vezes mais claras. Agora crescem com pontas amareladas e talvez ela vire uma margarida (?)
Nos sonhos ela sempre reclama de quão secas estão suas pétalas e do quão volumosas são.
E pra mim sempre estão lindas, na verdade quanto mais volumosas melhor.
Não sei onde minhas verdades terminam e as dela começam.
Muitas vezes ela também é pequenininha, então somos duas crianças a nos dar as mãos e brincar de amarelinha.
Outrora também somos grandes a sair pintadas de urucum.
Não tenho medo dela, mas tenho medo com ela.
Os sonhos sempre terminam em uma câmera panorâmica, então estamos nós crianças que já caminham juntas há mil anos. E o caminho nunca parece ter fim.
Te amo, com o amor de uma eternidade..
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Lavada de suor à beira do fogão.
Olha como espirra gordura quente e ela nem reclama!
E quanta comida! E quanto gente ela há de esperar?
A panela vira e cai em seu pé.
A banha quente a queima.
Ela se assusta, mas só se preocupa em terminar o prato
O marido está por chegar.
Ela senta.
Come tudo só.
Sente o arder da queimadura só.
Não há marido, nem filhos, nem pais.
Aceite, você é só!
Olha como espirra gordura quente e ela nem reclama!
E quanta comida! E quanto gente ela há de esperar?
A panela vira e cai em seu pé.
A banha quente a queima.
Ela se assusta, mas só se preocupa em terminar o prato
O marido está por chegar.
Ela senta.
Come tudo só.
Sente o arder da queimadura só.
Não há marido, nem filhos, nem pais.
Aceite, você é só!
Certa manhã apareceu uma passarinha em minha janela.
Miudinha sem cantar. Preta e amarela, bem amarelinha
Um olho de esperancinha.
Água ela só bebia se fosse de cana. Comida quase não queria.
Saía até fumaça do bico, mas canto que era bom nada.
Até que um dia, não sei o que se assucedeu com minha passarinha.
Ela pousou na minha mão e soltou o canto mais bonito que já havia ouvido.
Nunca nem um pássaro cantou mais bonito de se ver.
Um cantar de chorinho miudinho.
E eu a penar na sua dor, segurei a passarinha como quem dizia:
-chora pra mim, que tá tão bonito
Miudinha sem cantar. Preta e amarela, bem amarelinha
Um olho de esperancinha.
Água ela só bebia se fosse de cana. Comida quase não queria.
Saía até fumaça do bico, mas canto que era bom nada.
Até que um dia, não sei o que se assucedeu com minha passarinha.
Ela pousou na minha mão e soltou o canto mais bonito que já havia ouvido.
Nunca nem um pássaro cantou mais bonito de se ver.
Um cantar de chorinho miudinho.
E eu a penar na sua dor, segurei a passarinha como quem dizia:
-chora pra mim, que tá tão bonito
terça-feira, 2 de agosto de 2011
Meu sexo nesse lodo é como lamber tua privada vomitada
Corto minha língua na lata, que escorre sangue e(é) ferrugem
Cuspo teu coito
Me concentro nos bichos que já devem ter passado nesse chão.
A barba de Deus deve cheirar a cigarro barato, tal qual meu cabelo cheira agora
Porque sou Eva, sua filha, em imagem e semelhança.
Sinto que beiro a loucura.
Ruo as unhas e penso que só não estou me esvaindo por esse ralo, porque está entupido de pêlos.
Por que ainda não apagaram essa merda de luz?
Morrer agora seria orgasmo.
Esse cheiro nojento de banheiro de bar, que escorre nas minhas pernas é teu!
Teu e das tuas putas baratas.
Sai do canto dessa sala.
Quero escovar o dente.
Corto minha língua na lata, que escorre sangue e(é) ferrugem
Cuspo teu coito
Me concentro nos bichos que já devem ter passado nesse chão.
A barba de Deus deve cheirar a cigarro barato, tal qual meu cabelo cheira agora
Porque sou Eva, sua filha, em imagem e semelhança.
Sinto que beiro a loucura.
Ruo as unhas e penso que só não estou me esvaindo por esse ralo, porque está entupido de pêlos.
Por que ainda não apagaram essa merda de luz?
Morrer agora seria orgasmo.
Esse cheiro nojento de banheiro de bar, que escorre nas minhas pernas é teu!
Teu e das tuas putas baratas.
Sai do canto dessa sala.
Quero escovar o dente.
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