Abri os livros, tu ainda habitavas aquelas páginas, então dali eu te tirei, trazendo a estante ao chão. Então percebi que estavas preso no porta-retrato, e lançando-o contra a parede foi o único jeito que encontrei de te tirar de lá. Te agarraste então nas cartas antigas, então queimei-as para te libertar através da fumaça.
Quando olhei pro telefone sabia que atravessaria a noite esperando a tua voz através do fio enrolado, me pedindo desculpa. Nos fios pensei em enrolar o pescoço e pular sacada abaixo, mas joguei o telefone, antes que pensasse nisso novamente.
Finalmente abri as janelas, o vento entrou e levou o teu cheiro de dentro do apartamento, eu chorei pela última vez.
a campainha toca. Estranho, o interfone não tocou. Eu atendo ao chamado, no olho mágico: o homem que me faz serva
Nenhum comentário:
Postar um comentário